domingo, 22 de maio de 2016

Sondagens e aplicações de estratégias de leitura

Blog: Entendendo a Leitura


Alunas: Ana Maria Fazio
                 Andrea Santos
                 Eduarda Araujo
                 Francisca Barros
                 Nadiege Amorim


Na segunda etapa de nosso trabalho, de posse dos conceitos estudados no livro da autora Ângela Kleiman e cientes que as estratégias de leitura muitas vezes são inconscientes, elaboramos um questionário e aplicamos com o Francisco (irmão da aluna Francisca, estudante de Psicologia, 53 anos) e com o Lucas (noivo da aluna Eduarda, estudante de Ciências da Computação, 23 anos). Os dois gostam de ler; é um hábito regular e tanto os gêneros textuais quanto os seus suportes são bem amplos. Os dois declararam ler livros, revistas, jornais, sites de internet e relataram a importância de conhecimento de diversos assuntos. O Lucas, por lidar com tecnologia, se mostrou ávido por tudo que se relaciona à inovação e que lhe causam inspiração.
Descrevendo as similaridades de estratégias entre os dois, percebemos que se utilizam muito de processos metacognitivos quando a leitura se trata de livros técnicos. São feitas com objetivos específicos, recorrem à autores relevantes às suas áreas acadêmicas, artigos científicos e o Francisco, por realizar um trabalho voluntário numa clínica de tratamento de toxicômanos, utiliza autores como Jung e Winnicott, incluindo livros de autoajuda para elaborar palestras e outras dinâmicas em grupo.
Ambos utilizam o uso de anotações e pouco fazem uso do princípio da economia (apesar de ser um processo inconsciente) porque devido às suas respostas, observa-se que eles perseguem o tema até entender completamente. Lançam mão do uso de dicionários, releem, recorrem aos elementos do próprio texto (contexto, coerência).
Pedimos aos dois que citassem trechos de livros ou algo que gostaram de ler e descrevessem suas expectativas ou sensações.

Lucas
“meu crime é a curiosidade e subestimar os mais poderosos, mesmo quando errados. Meu crime é saber tudo sobre todos, é ser mais esperto. Estou preso, mas por uma causa justa.” (Livro Universidade Hacker).
Nas pontuações do leitor, a frase se autoexplica, da mesma forma que é bem fácil entender o mundo dos hackers e dos crackers, que são pessoas viciadas em conhecimento e como muitas pessoas sabem, a internet é um mundo sem ordem, quem sabe mais é seu próprio Deus. Ainda disse que essa frase chamou sua atenção porque todos os hackers tem o mesmo pensamento, acham que todas as pessoas ao seu redor são ignorantes, desprovidas de intelecto, somente ele é inteligente, esperto e criativo. Verifica-se que o entrevistado faz uma análise crítica e reflexiva sobre o assunto.

Francisco
Citou o livro “Quem me roubou de mim”, autor Pe. Fábio de Mello e analisando suas reflexões, percebemos um processo inferencial, ou seja, por ser muito conhecedor de questões emocionais, ser interessado profundamente por elas, essa leitura acionou seu conhecimento prévio e o processo foi automático. Transcrevendo suas palavras, ele colocou que: “ o sequestro da subjetividade tinha relação com suas questões pessoais. Atualmente está lendo o livro “Sessão de Terapia”, autora Jaqueline Vargas, baseado na série do canal televisivo GNT; ele diz: “ as várias personagens, várias situações e histórias – naturalmente me coloco no lugar do personagem (psicólogo – protagonista) e eu mesmo, tiro as conclusões e às vezes até discordo dele”.

Foram abordagens muito interessantes, livres e sem o compromisso do grupo em aplicar estratégias propriamente ditas; a partir das respostas dos leitores fomos analisando seus perfis e reconhecendo suas estratégias de leitura. Pudemos perceber o quanto o leitor consegue se envolver na leitura, a partir da criação de expectativas, levantamento de hipóteses. Muitas vezes os processos começam conscientes (metacognitivos) e dependendo do nível de identificação com a leitura se tornam totalmente cognitivos.

domingo, 8 de maio de 2016

Estratégias cognitivas e metacognitivas da leitura

No exercício da leitura, nós estabelecemos mentalmente processos para total entendimento daquilo que está sendo lido. Os estudiosos da linguagem, como a autora estudada Ângela Kleiman, definem esses processos como estratégias cognitivas e metacognitivas de leitura. Dentro dessas estratégias vão se estabelecendo princípios, regras e esmiuçaremos dois deles a seguir:

Princípio da Economia ou Parcimônia

Consiste em criar um cenário enxuto para melhor compreensão do texto. Pode-se dizer que, intuitivamente, ao usar deste princípio, o leitor tende a reduzir elementos participativos desse cenário; tais como: número de personagens, objetos, processos, eventos desse quadro mental.

Regra da Continuidade Temática

Possibilitará o entendimento de elementos sequenciais do texto separados como estando ligados à um único tema. A partir dessa regra se dará a unicidade do tema (como propõe a autora Ângela Kleiman), uma determinante à expectativa do leitor que se o assunto é abandonado para a inserção de outro, eles terão uma ligação entre si de maneira inferível (um assunto leva à outro por deduções coerentes, interligadas), o popular: "manter o fio da meada".

Exemplo: 

"A justiça determina o bloqueio do aplicativo What´sApp no Brasil. Artistas como, Luciano Huck, manifestam sua indignação nas redes sociais. Essa é mais uma das arbitrariedades da justiça de nosso país."